Pará, terra do cacau
Em 22 de março de 1755, o Conselho Ultramarino, órgão administrativo responsável por deliberar sobre negócios da Coroa portuguesa nas colônias do Ultramar, consulta o rei D. José I sobre o pedido de Bulhões e Sousa, na época Bispo do Pará, que solicitava sessenta mil cruzados em cacau para as obras da Catedral de Belém. O ano, 1755, coincide com o período em que Antônio Landi, arquiteto italiano radicado na cidade desde 1753, assume a direção das obras da atual Catedral da Sé, sede da Arquidiocese de Belém. O registro, entre outros que constam nos arquivos ultramarinos de Portugal, ilustra a importância histórica do cacau na formação territorial e econômica da Amazônia. Frederico Afonso, renomado pesquisador da CEPLAC e autor de “O cacau na Amazônia” (1979), retrata que, no início da década de 1730, o cacau já se tornara o principal produto de exportação da Amazônia, posição que continuaria a ocupar por mais de um século, tendo como principal via de exportação o Porto de