Estação das Docas inspira Porto Novo de Recife
A Estação das Docas, um dos pontos turísticos mais importantes de Belém e modelo nacional em recuperação do patrimônio histórico, agora serve também como referência para a reforma do Porto de Recife, em Pernambuco. O projeto tem o objetivo de transformar uma extensão de 1,5 km do ancoradouro da cidade, que abriga nove armazéns, em um grande polo de turismo, serviço e lazer na capital pernambucana. A obra deve estar pronta antes da realização da Copa do Mundo de 2014.
O Porto Novo do Recife, como será chamado, prevê a reforma de oito antigos armazéns onde serão desenvolvidos os mais variados tipos de serviços e atividades, desde escritórios comerciais, hotel, bares, restaurantes, pontos comerciais e espaços de entretenimento, exposições e eventos, entre outros.
A idéia é que parte do investimento para realização do projeto denominado Porto Novo, que prevê a reforma e construção de dois dos armazéns que abrigarão o Centro de Artesanato de Pernambuco e Cais do Sertão Luiz Gonzaga, venha dos cofres dos governoa de Pernambuco e Federal, através do Ministério da Cultura (Minc). O restante, sete antigos galpões, serão arrendados para iniciativa privada. Ao todo, estão sendo investidos R$ 25.767.937,30 milhões na obra, que abrigará ainda um Terminal Marítimo de Passageiros.
A informação de que o Porto Novo do Recife tem inspiração na Estação das Docas, cujo projeto é assinado pelo arquiteto e atual secretário de Cultura do Pará, Paulo Chaves Fernandes, foi repassada pelo Governo de Pernambuco a cerca de 40 jornalistas ligados à Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo (Abrajet), durante reunião do conselho da entidade, no início deste mês, em Gravatá, Pernambuco. Na ocasião o secretário de Turismo do Estado, Alberto Feitosa, citou a Estação das Docas como um projeto exemplar para o turismo. Os jornalistas, que já conhecem a Estação das Docas e a importância que tem para o turismo brasileiro, elogiaram a iniciativa.
Estação das Docas – Resultado de um investimento de R$ 19 milhões do governo estadual, a Estação das Docas foi a primeira ‘janela para o rio’, concebida para valorizar as belezas naturais da capital paraense, fortalecendo a relação com os visitantes e também com os ribeirinhos, barqueiros e outros segmentos que fazem do rio as suas ruas. O espaço, que já chegou a receber, diariamente, cerca de duas mil pessoas, gera 600 empregos diretos e 1.800 indiretos.
Com fortes características amazônicas, o complexo turístico e cultural é composto por 500 metros de orla fluvial do antigo porto de Belém, cuja construção foi iniciada pelo engenheiro e advogado norte-americano Percival Farqhuar, em 1906. São 32 mil metros quadrados divididos em três armazéns e um terminal de passageiros. O Armazém 1 foi batizado de Boulevard das Artes. O Armazém 2 passou a ser o Boulevard da Gastronomia. O Armazém 3 é conhecido como Boulevard das Feiras e Exposições.
O complexo possui, ainda, o Teatro Maria Silvia Nunes, com capacidade para 428 lugares, e o anfiteatro do Forte de São Pedro Nolasco. Todos passaram por um criterioso processo de restauração, realizado pelo arquiteto Paulo Chaves, secretário de Cultura à época da implantação do projeto, que assina outras obras importantes de revitalização do patrimônio paraense – como o antigo presídio São José Liberto (hoje Pólo Joalheiro), o Complexo Feliz Lusitânia (que resulta de um conjunto de obras na Cidade Velha, primeiro bairro de Belém) e o Mangal das Garças, entre outros.
Os três galpões que deram lugar à Estação das Docas, são em ferro inglês, um exemplo da arquitetura característica da segunda metade do século XIX. Já os guindastes externos, marcas registradas da Estação, foram fabricados nos Estados Unidos, no começo do século 20. Também desperta atenção uma máquina a vapor de meados de 1800, que antes fornecia energia para os equipamentos do porto.
As ruínas do Forte de São Pedro Nolasco, onde foi construído um Anfiteatro, foram originalmente construídas para a defesa da orla em 1665. O espaço foi destruído após o Movimento da Cabanagem, em 1825, e revitalizado para a inauguração da Estação.
Promoção – A Estação das Docas é hoje um dos produtos turísticos prioritários levados a feiras e eventos pela Companhia Paraense de Turismo (Paratur), em cumprimento a sua missão de promover e divulgar o turismo do Pará. Em julho de 2011, por exemplo, foi tema do estande que marcou a participação do Pará no 60º. Salão do Turismo – Roteiros do Brasil, realizado em São Paulo pelo Ministério do Turismo. Uma réplica da Estação encantou os visitantes da feira, que contou com a visitação de aproximadamente 100 mil visitantes.
Texto: Benigna Soares/Ascom Paratur
Imagem: Arquivo/ Adauto Rodrigues
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